Chupeta: mocinha ou vilã?

A chupeta e seus precursores (mordedores) foram empregados desde o período neolítico para acalmar as crianças. Achados históricos indicam o uso de bolinhas de pano que continham alimentos e outras feitas de matérias não perecíveis. Apesar do uso histórico desses artigos, pesquisas sobre o assunto têm demostrado mais efeitos deletérios do que benéficos (Castilho e Rocha, 2009).

Muitos pais oferecem a chupeta, já nos primeiros dias de vida do bebê. Tal atitude têm um significado social e cultural baseado na crença de que esse artigo possui um efeito calmante. Assim, antes mesmo da criança nascer a chupeta já faz parte do seu enxoval, quer seja comprada pelos pais ou presenteada.

Os bebês possuem um reflexo natural de sucção ao nascimento, mas começa mudar nos primeiros meses transformando-se em hábito quando mesmo na ausência de fome procura sugar levando tudo à boca em busca de prazer. A amamentação no seio supre a necessidade nutricional e emocional.

Bebês nascido em Hospital Amigo da Criança, têm suas mães orientadas para não oferecer a chupeta a fim de evitar o desmame. Na medida que a amamentação declinou o hábito de sucção não nutritiva se tornou mais frequente.

Os efeitos deletérios do uso da chupeta estão associados à frequência, duração e intensidade do hábito, que deve ser descontinuado entre 3 e 4 anos, para não repercutir na fala, na dentição e em mudança no padrão do crescimento dos ossos da face.

Vários autores relacionam a chupeta com a cárie dentária, otite e candidíase, por ser veículos de microrganismos causadores dessas doenças.

A decisão de introduzir ou não a chupeta é familiar. Longe de pretender esgotar o tema, a finalidade desse texto é auxiliar os pais para uma decisão consciente.

Referência Bibliográfica: Silvia Diez Castilho ; Marco Antônio Mendes RochaII Uso de chupeta: história e visão multidisciplinar J. Pediatr. (Rio J.) vol.85 no.6 Porto Alegre Nov./Dec. 2009. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572009000600003

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